Friday, March 30, 2007


O Angra estreiará o programa Crash na TV MIX, em São Paulo, no próximo dia 02/04. Os interessados em participar da gravação devem enviar o nome completo e o telefone para o e-mail info@angra.net até o dia 01/04. O programa será exibido pelo canal 14 UHF no próximo dia 10/04.

Angra no Jornal da MTV !


O Angra fará uma participação especial no Jornal da MTV, do próximo dia 06 de abril, às 20h30. Além de participar de um bate-papo com os VJs, o grupo fará um mini-show ao vivo no decorrer do programa.
A reprise do programa será exibida no dia 09, às 14h.

Melhores do Ano pelas revistas Burrn! e Young Guitar, do Japão.


Mais uma vez o Angra conseguiu uma expressiva posição nas votações dos Melhores do Ano realizadas pelas conceituadas revistas Burrn! e Young Guitar, do Japão. Confira os quesitos e as devidas colocações do grupo:


BURRN! MAGAZINE


Melhor Banda

Angra

(3º lugar)


Melhor Vocalista

Edu Falaschi

(5º lugar)


Melhor Guitarrista

Kiko Loureiro

(1º lugar)


Melhor Baixista

Felipe Andreoli

(7º lugar)


Melhor Baterista

Aquiles Priester

(6º lugar)


Melhor Disco

Aurora Consurgens

(4º lugar)


Melhor Capa

Aurora Consurgens

(4º lugar)


Melhores Compositores

Kiko Loureiro e Rafael Bittencourt

(4º lugar)


YOUNG GUITAR


Melhor Banda

Angra

(1º lugar)


Melhor Guitarrista

Kiko Loureiro

(2º lugar)


Melhor Riff

The Course Of Nature

(1º lugar)


Melhor Solo

The Voice Commanding You

(1º lugar)

Friday, March 23, 2007

Últimos shows na Europa , comentados por Rafael Bittencourt


Depois de Barcelona ainda fizemos um show em Bilbao, uma casa surpreendentemente grande. O público era variado, como a casa era também uma disco em outros ambientes, havia muitos curiosos com aquela cara de interrogação: quem são esses caras? Conquistamos cada vez mais a participação da galera! Fizemos uma viajem bem longa para Roma. Em Roma tocamos pela primeira vez e foi bem legal! O público estava sedento para ver o Angra enfim. Tirei algumas fotos do Coliseu à noite antes de partirmos e rua! Fomos para Milão onde já temos um público bem cativo. Tocamos numa casa que lembra bastante o antigo Palace em São Paulo. Estava cheio e como era aniversário do Felipe e também o último dia para as bandas de abertura fizemos uma boa bagunça no palco chamando todo mundo para uma jam na Flight of Icarus e na Smoke on the Water. Foi tanta Zona que mal dava para ouvir os instrumentos. Muito bom! No meio da música trocávamos os instrumentos e nos divertimos muito.


Na Europa ainda fizemos um show em Viena na Áustria e em Ingolstadt, uma das cidades mais antigas da Alemanha onde surgiu a primeira universidade alemã e onde Mary Shelley escreveu o livro Frankenstein. A cidade é muito bonita e tem uma arquitetura muito bem preservada. Viena, todo mundo sabe... é o centro mundial da música erudita desde o período clássico até os dias de hoje.Seguimos então para a Rússia. Moscou. Foi certamente o lugar mais diferente de toda a viagem pela Europa.


É bem interessante! As pessoas são bem simpáticas e o público bem exaltado. São bem quentes apesar do frio de 0 graus que estava fazendo. Por sorte nossa, eles tinham acabado de sair de algumas semanas a -20ºC.Foi um só show, dois dias na cidade. Muito pouco tempo para conhecer aquele pais imenso, cheio de história, mistérios e diferenças.Já estou de volta ao Brasil. Lar doce lar. É sempre muito bom estar de volta. A volta foi cansativa pra cacete! Três horas de avião para Colônia na Alemanha, em seguida entramos numa van para viajar mais duas horas para o aeroporto de Frankfurt.Para então pegarmos o vôo de 11 horas de volta ao Brasil. Chegando aqui, o tradicional trânsito lento na marginal. É... não é mole. Mas, valeu muito a pena. O show do Angra foi muito elogiado em todos os lugares que estivemos. Acredito que depois desta turnê muitas portas devem se abrir para nós. Pelo menos, é o que eu espero.

Wednesday, March 21, 2007

Kiko Loureiro com o Troféu da Burrn!


Os leitores da Burrn! Magazine, revista de Rock/Metal mais conceituada do Japão e uma das mais importantes em todo o mundo, elegeram Kiko Loureiro o Melhor Guitarrista de 2006.


O guitarrista recebeu o troféu das mãos do editor chefe da revista na viagem que fez ao Japão no mês de fevereiro.


Mensagem de Kiko:


"Aos meus fãs, amigos e patrocinadores,


Quero dividir com vocês a felicidade de ter sido eleito no Japão O Melhor Guitarrista do Mundo em 2006! Também ao lado do Rafael Bittencourt tiramos o quarto lugar de melhores compositores de 2006. Fico feliz em estar em primeiro lugar, não pelo fato de encarar a música como uma competição, mas sim por saber que este tipo de 'Readers Poll' é um 'Top Of Mind' para os músicos e bandas. O fato de ter sido o guitarrista mais lembrado de 2006 na frente de tantos ícones como Steve Vai, Joe Satriani, Malmsteen e tantos outros, mostra que meus projetos, sejam solo ou com o Angra, tem boa aceitação pelo público.


Obrigado e um grande abraço!"

Tuesday, March 13, 2007

Angra e Blind Guardian Juntos na TV Gazeta!


Nesta quinta-feira, dia 15 de março, as bandas Angra e Blind Guardian participarão de uma jam semi-acústica, ao vivo, no programa "Todo Seu" do apresentador Ronnie Von, que é transmitido pela TV Gazeta, a partir das 22h. Vale lembrar que a jam será acompanhada de uma entrevista exclusiva com os dois grupos.

Aquiles Priester


A Urban Boards disponibilizou dois vídeos exclusivos de Aquiles Priester durante um workshop realizado no Rio de Janeiro. Clique e confira:




Sunday, March 11, 2007

Banner do Show na Rússia


Hoje o Angra finalmente finaliza sua turnê européia com uma aguardada apresentação em Moscou, na Rússia. Amanhã o grupo retorna ao Brasil, onde provavelmente realizará alguns shows antes de partir para uma mini-turnê pelas Américas do Sul e Central.

Floor Jansen assiste show do Angra


Floor Jansen foi a grande espectadora da última apresentação do Angra, em Milão, na Itália. A bela vocalista estava no país fazendo a divulgação do último disco do After Forever, e aproveitou para conferir mais um showzasso dos nossos queridos brasileiros.

Saturday, March 10, 2007

Kiko Loureiro Melhor Guitarrista de 2006!


E o trabalho do Angra continua conquistando fãs ao redor de todo mundo. Mais uma prova disso aconteceu no outro lado do planeta, mais especialmente no Japão, onde os leitores da Burrn! Magazine escolheram Kiko Loureiro o melhor guitarrista de 2006.


Os dez guitarristas mais votados foram:


01 - Kiko Loureiro (Angra)

02 - Zeno Roth (Zeno)

03 - Alexi Laiho (Children Of Bodom)

04 - Michael Amott (Arch Enemy)

05 - Ritchie Blackmore (Blackmore's Night)

06 - John Petrucci (Dream Theater)

07 - Richie Sambora (Bon Jovi)

08 - Kerry King (Slayer)

09 - Dave Mustaine (Megadeth)

10 - Synyster Gates (Avenged Sevenfold)

Friday, March 09, 2007

Rafael Bittencourt comenta como está sendo a segunda parte da tour européia


26 de janeiro, no ônibus, indo pra Lisboa:Estou na Europa há quase duas semanas. A maioria dos shows foram na França.Estivemos em Nancy, Lion, Prateln (Suíça), Reims, Paris, Friburgo na Alemanha (para um dia livre), Strasburgo, Toulouse e Bordeaux.Nancy foi um bom aquecimento pra turnê. Era uma casa pequena mas muito simpática com condições não tão favoráveis, mas que valeu para as equipes e as bandas se entrosarem.


Em Strasbourg tocamos no La Laiterie. Uma casa excelente e conhecida na região. Por ser fronteira com a Alemanha vem um pouco de público alemão. Não havia desculpa para o show não ser bom, bons equipamentos, boa luz. As bandas de abertura com toda a energia, querendo fazer bonito e impressionar a platéia com seus poucos minutos de show. E fizeram mesmo, são ótimas as duas bandas que estão viajando com agente. Nosso show também foi matador. Não íamos deixar barato. Para o público, um presente, estão vendo um pacote de três bandas legais.


O pessoal do Firewind é da Grécia. O Gus G. é o guitarrista e aparentemente líder do grupo. Gente finíssima! É uma cara engraçado e que vive a turnê como se fosse um acampamento para adolescentes. Está sempre de bom humor, rindo das coisas, se divertindo e divertindo os outros. É muito conhecido no Japão também. Toca pra cacete o moleque! Uma pegada meio Zakk Wilde, meio Dimebag. Muito bom!


O PowerQuest é da Itália, com excessão do baixista e do tecladista que são Ingleses, ou Neozelandeses. A banda é bem talentosa também. Guita solo, teclado, batera, baixo e o vocal também toca guitarra. O guita, que se chama Andréa, é muito bom também. Parece que ele é conhecido na Itália, tem vídeo-aula lá e tal... Os caras são engraçados. É a primeira turnê deles, estão achando tudo bacana e tal. É legal ver esta empolgação na expressão das bandas que estão começando agora.


Em Reims fez um frio úmido que eu nem quis saber de sair da casa de show. Fiquei por lá, treinei um pouco as partes difíceis. Estava meio gripado neste dia e tudo parecia lento e chato. O corpo doía e nem me mexi muito no palco, polpei energia. Dormi muito mal. Acordei pregado porque ainda me sentia gripado e a cama no ônibus é muito fria.


Dia livre em Friburgo. Era carnaval para eles também. Pela manhã, muitas pessoas chegavam para a festa que aconteceria nas ruas próximas ao nosso hotel com a empolgação semelhante a de quem segue um enterro com o detalhe de estarem fantasiados. Muito esquisita a cena! Muitas cervejas depois, já estavam bem animados, em blocos organizados vestidos de arlequim ou em carros alegóricos com mensagens políticas. Se eu já não sou chegado ao Carnaval do Brasil que tem o melhor carnaval do mundo, o carnaval alemão não me pareceu muito empolgante. Os desfiles rolam das duas da tarde às cinco da tarde. Aproveitei pra dormir. Acordei no fim da tarde bem melhor da gripe e fui passear. Tirei umas fotos de pontos turísticos e da vibe do fim da festa.


Saímos cedo para Prateln na Suíça. Tocamos no Z7, uma casa conhecida lá, onde tocam a maioria dos artistas. Excelente som e equipo em geral. Saí para uma caminhada com o Fábio e o Kiko. Tirei umas fotos de uma eclusa por onde passamos. Eu e o Kiko ainda fizemos um pouco de capoeira, ele aprendeu um pouco em Jericoacoara, eu já pratiquei a Capoeira Angola. O show foi meio vazio na Suíça, mas heavy-metal lá nunca surpreendeu. A apresentação em si foi legal.


O frio seco começou a fazer com que a pele da minha mão começasse a rachar. Chegou a doer bastante porque ardia com o suor.


Mais um day-off, agora em Lion. Saímos para um passeio pela cidade, estava sol e parece que todo mundo teve a mesma idéia. O centro estava cheio de turistas e franceses circulando pelas ruas e cafés. Visitamos a catedral da cidade e um teatro antigo. Na catedral rezei, mas o padre falou algo no microfone, em francês e todo mundo começou a ir embora dali. Fui também. Sei lá o que ele disse... Tomamos um café por ali mesmo, regados da falta de educação típica do garçom. Ao descer o morro onde fica a tal igreja ainda visitamos as ruínas de um anfiteatro. Zoamos, assustamos os outros turistas com gritos e conversas altas e fomos embora.


Show em Lion. Casa cheia, galera bem empolgada e tocamos bem. Tudo nos conformes. É muito diferente tocar numa cidade depois de conhecer suas ruas, seu astral. Lion é uma das cidades mais bonitas da Europa e ter conhecido, pela primeira vez, suas esquinas, becos e catedrais me sentir mais íntimo dela.


Paris. Grande dia! Talvez o show mais importante da turnê. Todos ansiosos, montando suas coisas, verificando equipos, atentos aos detalhes para que este seja um puta show. Tocamos no Elisee Monmartre, uma casa famosa de Paris por onde passam todas as grandes bandas de metal. Já tocamos lá outras vezes, mas como em qualquer outra capital, a responsabilidade é maior. Jornalistas e fotógrafos de toda a parte da França, sites, revistas, rádios etc. Todos lá para conferir o novo show da banda. Afinal já se faziam dois anos que a banda não se apresentava por lá. Fui visitar meu Tio e minha Tia que moram lá em Paris. Busquei uns songbooks do Rebirth que eu havia deixado lá anos atrás e levei para o show para colocar no merchandise. Eles deram uma bonequinha para minha filha de presente e saí pelos metrôs de Paris, sob uma garoa fina e fria com uma sacolona de plástico com as coisas. É bom ver a família depois de um mês dormindo e acordando vendo cabeludos de preto.Tudo correu bem! Os shows foram ótimos - para todas as bandas. Bastante entrosamento e amizade já rolando a esta altura e o ambiente amistoso ajudando o desenrolar das coisas.


Bordeux. O dia chuvoso não ajudou muito a levantar os ânimos, mas a notícia de que tocaríamos um acústico na Fnac no centro mostrava a perspectiva de que algo diferente quebraria a rotina. Legal! Eu, o Kiko, o Fábio, o Gus G. e o Mark Gross (guita e batera do Firewind) fizemos um intercâmbio de artes marciais. Eu passava uns toques de capoeira angola, o Kiko com a capoeira regional e o Mark que é faixa preta de Kung-fu e mede 1,95 de altura quebrando todo o resto. Nesta hora a melhor técnica é o Sai Quieu Fuju e pé na tabua, corre rápido que o bicho é grande! Fizemos um acústico na Fnac e foi surpreendente bom, devido a falta de ensaio da banda. Eu gosto muito de tocar shows acústicos. É sempre algo diferente para nós e para a platéia. E é a oportunidade de mostrar as musicas do Angra sem muito enfeite. Apenas a harmonia, um ritmo simples, a melodia e a letra. Só musicas boas funcionam assim e é um bom teste para nossas próprias composições ver como o público responde a isto.


Em Toulouse, nosso último show na França reencontrei o Lipan, mágico profissional e conhecido no Brasil que já fez uma parceria conosco em um show no Credicard Hall e a partir desta época desenvolvemos uma amizade. Ele vez em quando me ensina umas mágicas e desta vez me ensinou um truque animal para fazer com caixas de fósforos. Eu fiz pro pessoal do Firewind e eles ficaram pasmos achando que eu mexia com Vodu. Sério! O truque é bom mesmo. O show foi bom e teve um certo clima de despedida porque foi nosso último show na França e foi também o último show do Apolo, vocalista do Firewind. Ele teve uns problemas pessoais e teve que voltar para sua casa. Fizemos uma Jam no final de tudo com ele. Tocamos a Smoke on the Water, meio trocados e com ele nos vocais e depois chamamos os caras do PowerQuest também para uma jam na Come Together que já está virando um hit nosso. Todo mundo quer ouvir


27 de fevereiro de 2007.Hoje estou em Lisboa, já fizemos o show e tivemos um dia legal. É sempre interessante estar aqui Portugal, ver o pessoal da nossa pátria mãe, a cultura, a língua com suas gírias próprias, as casas e todas as coisas que nos fazem lembrar do Brasil, entender nossas origens etc.Fez sol, alguns jogaram futebol, outros saíram para passear. Eu aproveitei para lavar todas as minhas roupas, usar a internet e tomar algumas lições de Kung-Fu com o Mark Gross, baterista do Firewind que está viajando conosco. Eu aproveito para entender um pouco do Kung-fu enquanto passo para ele um pouco de capoeira Angola que eu pratiquei por um três anos no Brasil. É legal entender as semelhanças e diferenças. Gosto muito de artes marciais, se meu nariz não fosse tão fácil de quebrar por seu tamanho avantajado gostaria de ser lutador de vale-tudo.


5 de março:De Portugal para Madrid, não vi nada, dormi como uma pedra. Chegando em Madrid, uma decepção. A firma de shows divulgou muito mal os shows e a pré-venda dos ingressos estava muito mal. O lugar que iríamos tocar não era dos melhores, comparando com glamour das casa de shows que vínhamos desde o Japão e pela França. Mas, era o que havia e temos dar o nosso melhor nestas horas. O show foi bem diferente! Talvez o mais exclusivo da turnê. O Lipan, nosso amigo mágico, apareceu durante a passagem de som e disse que tinha uma mágica no carro. Ótimo! Resolvemos fazer ali mesmo, naquele palco tão pequeno e apertado! Era uma espada onde ele pega uma mulher, assistente dele e espeta atravessando a barriga dela. Deram infinitos problemas durante e depois do show. Ampli de baixo que parou de funcionar, guitarra que caiu no chão e sem eu saber peguei-a completamente desafinada e até um pedal do Felipe que foi roubado na cara dura por alguém da platéia - depois do show, é claro. Mas demos várias bolas dentro. O show em si foi legal! O Edu fez uma performance muito louca. Por ser um lugar pequeno ele catou o microfone sem fio e saiu pelo bar cantando. Cada hora ele estava num lugar, quando eu via estava pendurado na marquise até que parou na mesa de som com o Rodrigo Silveira e começou a mexer nos botões. Mais agudo, mais grave, mais isto e aquilo! Legal! Rock’n’roll! Estas pequenas coisas fazem conquistar o público. Saber lidar com as situações não muito favoráveis é algo que agente aprende quando sai bastante em turnês longas, onde nem todos os dias são flores. Mas obviamente o ponto alto do show foi o Lipan Jr. furando a bailarina dele com a espada. Um show cheio de emoções! O público não entendeu nada! Será que aquele lance do baixo desligar no meio da musica também foi combinado? E aquela guitarra então, não se entendi uma nota!!! Ah! Já que é dia de mágica vou desaparecer com este pedalzinho aqui - pensou um imbecil ao roubar o pedal do Felipe.


Estou ouvindo Richard Bona no fone. É um baixista da República dos Camarões famoso entre os músicos, ele canta e toca um som muito bem feito e relaxante também, rico em ritmos e melodias diferentes. O Felipe e o Kiko sempre falam dele e resolvi escutar. Vale a pena procurar os sons deste cara. Antes eu estava ouvindo Edu Lobo. Um dos maiores compositores brasileiros.


Dia 02, tocamos em Santiago de Compostela. Foi sem dúvida alguma o show mais especial da turnê. Não pelo show em si que foi igual a todos os outros. Mas pela cidade em si. Que é a cidade mais bonita da Europa que já fui. Mais bonita até que Veneza, que é realmente deslumbrante. Tivemos um dia livre um dia antes do show. Neste dia que estava garoando demais resolvi ficar no hotel o dia inteiro trabalhando em algumas coisas que eu precisava fazer. Queria muito conhecer a cidade. Quem sabe amanhã o tempo melhora para eu fazer um passeio! No dia do show a garoa havia se transformado em chuva e menos propício para passeio, mas era agora ou nunca! Saí com o Fábio, o Edu e o Kiko. O Edu e o Fábio já haviam estado lá um dia antes e foram os guias turísticos levando agente para experimentar os licores da Dona Mercedez que nos serviu alegremente seus aperitivos ainda sabendo que não compraríamos nada. Comprei uma lingüiça espanhola de presente para o meu pai. Ele adora! Meti-a na mala e agora minhas roupas estão com cheiro de lingüiça.Entrei na Catedral de Santiago e me emocionei. Quantas estórias naquelas colunas e tijolos de pedra! Permaneci lá por umas duas horas! Avalanches de turistas quebravam um pouco a serenidade dos arcos e altares dedicados aos santos nos chanfros. Mas como poderia eu reclamar se ali eu também era um turista, apenas mais um curioso com o clima soturno e a grandeza destas antigas construções. Quantos milhões de peregrinos chegam ali todos os anos há séculos para receberem a benção numa cerimônia belíssima que inclui o balanço do maior defumador de incenso do mundo. Os templários que tinham esta cidade como base, como rota, como abrigo, como alicerce de suas idéias. E eu estava lá finalmente. Me senti como um peregrino ao chegar lá. Não estava com os pés calejados de tanto andar, mas também carrego minhas feridas porque uma turnê assim pelo mundo não é nada fácil. Não cheguei a pé, mas também andei bastante para chegar lá. Viajei o mundo inteiro e também agüentei muitas provações pelo caminho. Eu também queria uma benção, mas quem sou eu para querer isto? Me afastei tanto das cerimônias católicas que apesar do fascínio que eu tenho pela história de Jesus e pela Igreja me senti como um estranho no ninho lá.Até que encontrei uma pequena capela dedicada à virgem Maria. Pouco vultosa e pouco visitada pelos turistas, era também aconchegante e silenciosa. Lá eu me sentei, pensei na vida, respirei, fiz alongamento para os meus braços que doem de tendinite. Então, me ajoelhei e rezei. Por toda a minha família, especialmente mulher, filha, pai, mãe, irmã e irmãos. Pelos meus colegas de banda, assistentes, pelo povo brasileiro, pelo fim da corrupção e da violência e tal. O clima ali inspira a religiosidade e aproveitei aquele momento ao máximo, afinal hoje em dia a vida que agente leva só nos induz a sair de nosso caminho.O show pela noite foi normal. Bom como sempre. Gosto de nossas apresentações, fazer o quê! Mas eu estava mais leve.


Seguimos para Bilbao, região montanhosa que dificultou o sono no ônibus. O show foi numa casa grande, bonita, e comemos bem. Ótimo. Bastante gente e apresentações foi boa. O cara que operou era bem inexperiente e a orelha da mãe dele deve ter ardido porque todo mundo xingou ele muito. Parecia ser cego e surdo, mas terminamos o show bem. Temos feito sempre os covers trocados porque agente se diverte muito e a galera também.


Ontem tocamos em Barcelona, uma das cidades mais queridas dos Europeus. Tem um clima bem legal. Foi um domingo de sol e saímos eu, o Fabio e o Kiko para andar pelas ruas e pela praia. Moçadinha em grupos curtindo, pais e mães empurrando carrinhos de bebês, piqueniques nas gramas, velhos de bengala e gente fazendo cooper. Todos se misturavam no passeio da praia naquele estio de inverno que precedeu a primavera. Passamos por ruas com barzinhos de mesas na calçada, marinas de barcos e uma feirinha de antiguidades. Tirei fotos. O show foi legal.


Agora estou no ônibus fazendo uma das mais longas viagens desta tour: vinte e oito horas. Saímos de Barcelona viajamos a noite inteira. Tivemos que parar por causa do vento que balançou o ônibus de maneira impressionante. Depois de viajarmos mais paramos em Marceille, na França porque a motorista não pode dirigir por mais de oito horas seguidas. Fizemos uma pausa de seis horas e tocamos o barco. Estamos indo para Roma e ainda tenho algumas horas de estrada pela frente.